domingo, 11 de dezembro de 2011

ANTE O APELO CRISTÃO







"Sede Perfeitos! – conclamou o Divino Mestre – entretanto, sabemos que estamos presentemente mais distantes da perfeição que o verme da estrela.

Ainda assim, Jesus não formularia semelhante apelo se estivesse ele enquadrado no labirinto inextricável do “impossível”.

Podemos e devemos esposar a nossa iniciação no aprimoramento para a Vida Superior, começando a ser bons.

Entretanto, é necessário distinguir bondade da displicência com que muita vez nos rendemos à falsa virtude, de vez que, em toda parte, existem criaturas boas, emaranhadas na negação da verdadeira bondade.

Vemos pessoas de boas intenções acendendo a fogueira da discórdia, entronizando a astúcia no culto devido à inteligência; para consolidar a maldade; para empreender a separatividade; para os objetivos da desordem; para a conservação da ignorância e da penúria que amortalham grande parte da Humanidade.

Busquemos o padrão do Cristo e sejamos bons, quanto o Mestre nos ensinou.

É natural não possas ser apresentado, de imediato, em carros de triunfo, à frente da multidão; categorizado à conta de santo ou de herói, mas, poderão ser o irmão do próximo, estendendo-lhe as mãos fraternas.

Observa, em torno da mesa farta ou ao redor da saúde que te garante a harmonia orgânica e considera as tuas possibilidades de auxiliar.

Poderá ser o irmão do companheiro infeliz, através de alguma frase de bom ânimo, o benfeitor do coração materno infortunado, o salvador da criança que luta com a enfermidade e com a morte, pela gota de remédio restaurador.

Poderá ser o amigo dos animais e das árvores, o preservador das fontes e do defensor das sementes que sustentarão o celeiro de amanhã.

Desperta e faze algo que te impulsione para frente na estrada de elevação.

Não te detenhas.

A vida não te reclama atitudes sensacionais, gestos impraticáveis, espetáculos de súbita grandeza...
Pede simplesmente sejas sempre melhor para aqueles que te cruzem os passos.

Esqueçamos o mal e procuremos o bem que nos esclareça e melhore.

Ainda agora e aqui mesmo, enquanto relemos o convite do Senhor, podemos formular no coração uma prece por todos aqueles que ainda não nos possam compreender e, através da oração, começar a obra de nosso aperfeiçoamento para a Vida Imortal."

Emmanuel


Canais da Vida/ (ditado) pelo Espírito Emmanuel; psicografado por Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CARIDADE

Às vezes me pego pensando: como é difícil exercitar a caridade! Não falo dessa caridade de colocar a mão no bolso e dar uma esmola. Porque quando falamos de caridade o que nos vem à mente é a ajuda material. Tampouco me refiro ao sentimento que aflora em nós diante de tragédias. Falo da caridade de aceitar o próximo como ele é, de aceitar idéias e opiniões diferentes das nossas. A caridade que deveríamos exercitar todos os dias nas ruas, no trânsito, no trabalho.

O Apóstolo Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios nos diz que a caridade é o melhor caminho para encontrarmos os melhores dons: "Aspirai aos dons superiores. E agora, ainda vou indicar-vos o caminho mais excelente de todos."1Cor 12:31 E nos mostra o seu valor "Ainda que eu distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!" 1Cor 13:3

Esta mensagem de Emmanuel nos dá o roteiro que devemos seguir na difícil tarefa de viver a caridade:

"Caridade é, sobretudo, amizade.

Para o faminto - é o prato de sopa fraterna.

Para o triste - é a palavra consoladora.

Para o mau - é a paciência com que nos compete auxiliá-lo.

Para o desesperado - é o auxílio do coração.

Para o ignorante - é o ensino desprentensioso.

Para o ingrato - é o esquecimento.

Para o enfermo - é a visita pessoal.

Para o estudante - é o concurso no aprendizado.

Para a criança - é a proteção construtiva.

Para o velho - é o braço irmão.

Para o inimigo - é o silêncio.

Para o amigo - é o estímulo.

Para o transviado - é o entendimento.

Para o orgulhoso - é a humildade.

Para o colérico - é a calma.

Para o preguiçoso - é o trabalho.

Para o impulsivo - é a serenidade.

Para o leviano - é a tolerância.

Para o deserdado da Terra - é a expressão de carinho.

Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, porque, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro."

Paz e Bem a todos!


Do livro Viajor, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OS ESPÍRITAS E A ELEIÇÃO

Aylton Paiva


"O Espiritismo não cria a renovação social: A MADUREZA DA HUMANIDADE É QUE FARÁ DESSA RENOVAÇÃO UMA NECESSIDADE. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina para secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados". (in A Gênese, de Allan Kardec - ed. FEB).

Esclarecem os Espíritos, em O Livro dos Espíritos que o progresso moral decorre do progresso intelectual, porém nem sempre a ele se segue (Questão n.º 780).

Nós espíritas sabemos que temos um compromisso intransferível com a reforma íntima: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações". (Cap. XVII, item 4, "in fine" de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec). Mas, ESSE APERFEIÇOAMENTO PESSOAL DEVE REFLETIR-SE EM NOSSA ATUAÇÃO CONSCIENTE PARA TRANSFORMAR A SOCIEDADE EM UMA SOCIEDADE JUSTA E AMOROSA, pois advertem os Espíritos: "Numa sociedade organizada segundo as leis do Cristo, ninguém deve morrer de fome" e adita Allan Kardec:
"... Quando praticar (o homem) a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor". (Questão 930 de O Livro dos Espíritos).

Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando com uma "consciência política", fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.

Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade e não agir, com conhecimento e amor, nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana: "Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade". (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5º).

Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: "Porque, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?

R - "Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes, os bons são tímidos. QUANDO ESTES O QUISEREM, PREPONDERARÃO". (Questão 932 de  Livro dos Espíritos - Ed. FEB).

A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons.

O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e antiéticos.

Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo. EM BREVE SEREMOS CHAMADOS ÀS URNAS. O ESPÍRITA PRECISA ESTAR CONSCIENTE DA SUA RESPONSABILIDADE NESSE MOMENTO, seja pleiteando cargos eletivos, seja simplesmente depositando o seu voto na urna.

O VOTO É UMA PROCURAÇÃO QUE SE PASSA AO CANDIDATO PARA QUE, SE ELEITO, ELE AJA EM NOSSO NOME A BEM DA COLETIVIDADE. É a maior manifestação de amor ao povo. Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que os maus sobrepujem os bons.

Para que o espírita tenha critérios de avaliação do candidato, compare a sua conduta como membro da família, na atividade profissional, seu interesse e envolvimento como a comunidade e os princípios contidos em O Livro dos Espíritos - 3a. Parte - Das Leis Morais, onde estão os conceitos sobre: o Bem e o Mal, a Sociedade, o Trabalho, o Progresso e a Igualdade, Justiça e Amor.

Porém, não se pode levar as questões político-partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita.

Vote consciente. Vote com amor!



(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 357 de Outubro de 2000)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Obediência e Resignação

Na prática do Evangelho no Lar desta semana, nos coube a leitura de um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, que me levou a pensar sobre o valor da obediência e resignação em nossa vida cotidiana. O Espírito Lázaro, no ítem 8 do Capítulo IX, assim nos orienta:
 "A doutrina de Jesus ensina, em todos os seus pontos, a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura e muito ativas, se bem os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração, forças ativas ambas, porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair. O pusilânime não pode ser resignado, do mesmo modo que o orgulhoso e o egoísta não podem ser obedientes. Jesus foi a encarnação dessas virtudes que a antigüidade material desprezava. Ele veio no momento em que a sociedade romana perecia nos desfalecimentos da corrupção. Veio fazer que, no seio da Humanidade deprimida, brilhassem os triunfos do sacrifico e da renúncia carnal."
Esta expressão: "porquanto carregam o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair" vem explicar a causa de tantos falimentos pessoais que ocorrem reiteradamente em nossos dias. Ante o consumismo implacável, muitos se deixam guiar pelos caminhos tortuosos da criminalidade, buscando o dinheiro fácil, quase sempre a custa do sofrimento alheio. Fecha os olhos para as oportunidades dignas, que demandariam muito trabalho e dedicação,  para optarem por aquelas que encurtam caminho, deixando, assim, cair "o fardo das provações".

O homem obediente e resignado, ao contrário do que se possa pensar, trabalha sempre, não desiste de buscar os seus sonhos materiais, mas não o faz a qualquer custo. Tem no trabalho árduo a  fonte do sustento e no Evangelho do Cristo a inspiração para não se deixar abater nos momentos difíceis. Carrega dentro de si a esperança de dias melhores e a certeza do amor de Deus para com seus filhos.
  
Que Jesus nos abençoe!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

As lições que nos trouxe o livro “Nosso Lar”

Extraído do site O Consolador


Poucas pessoas compreenderam de imediato o objetivo que levou ao preparo e posterior publicação do livro “Nosso Lar”, que constitui o fundamento do filme de igual nome que vem alcançando, desde o início do mês, grande sucesso nas telas dos cinemas brasileiros.

O livro, é bom que lembremos, surgiu no início de 1944, quando Chico Xavier não havia completado 34 anos de idade e não era, como é fácil de entender, uma unanimidade em nosso País, fato que só seria alcançado na década de 1970, com o sucesso do célebre programa Pinga-Fogo na TV.


Os anos passaram, surgiram novas obras que complementaram as informações contidas no livro e, como os espíritas bem sabem, “Nosso Lar” acabou sendo escolhido em pesquisa realizada pelas Organizações Candeia como o mais importante livro espírita do século 20. (1)



O motivo principal dessa escolha, segundo revelado na época pela instituição que realizou a pesquisa, se deve ao fato de ter “Nosso Lar” apresentado a primeira grande descrição do plano espiritual que influenciaria, de maneira decisiva, os estudos e as pesquisas espíritas aqui e no exterior, especialmente no que diz respeito à mediunidade e aos processos obsessivos.

Suas lições não se resumem, porém, a esses aspectos, como ressaltado por Emmanuel e pelo próprio André Luiz nos textos de abertura do livro.

Em seu prefácio, escreveu Emmanuel: “Reconhecemos que este livro não é único. Outras entidades já comentaram as condições da vida, além-túmulo... Entretanto, de há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis à legítima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados, nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligadas ao planeta”.

Mais diante, Emmanuel adverte: “O Espiritismo ganha expressão numérica. Milhares de criaturas interessam-se pelos seus trabalhos, modalidades, experiências. Nesse campo imenso de novidades, todavia, não deve o homem descurar de si mesmo. Não basta investigar fenômenos, aderir verbalmente, melhorar a estatística, doutrinar consciências alheias, fazer proselitismo e conquistar favores da opinião, por mais respeitável que seja, no plano físico. É indispensável cogitar do conhecimento de nossos infinitos potenciais, aplicando-os, por nossa vez, nos serviços do bem”.



De acordo com as palavras daquele que coordenou a obra mediúnica de Chico Xavier, André Luiz veio nos dizer que a maior surpresa da morte carnal é a de nos colocar face a face com própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal. E que não basta à criatura apegar-se à existência humana, mas é preciso saber aproveitá-la dignamente, visto que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que “em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do Espiritismo e do Espiritualismo, mas muito mais de Espiritualidade”.


Da introdução assinada por André, destacamos as seguintes e sábias palavras, que deveríamos ter sempre em mente na condução dos nossos passos na atual existência:

“Uma existência é um ato.
Um corpo - uma veste.
Um século - um dia.
Um serviço - uma experiência.
Um triunfo - uma aquisição.
Uma morte - um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?”.


(1) Veja em http://www.oconsolador.com.br/ano4/171/especial2.html a reportagem sobre os melhores livros espíritas do século 20, publicada na edição 171 desta revista.




segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Na Oração

“Senhor, ensina-nos a orar... — (LUCAS, capítulo 11, versículo 1.)

   A prece, nos círculos do Cristianismo, caracteriza-se por gradação infinita em suas manifestações, porque existem crentes de todos os matizes nos vários cursos da fé.
   Os seguidores inquietos reclamam a realização de propósitos inconstantes.
   Os egoístas exigem a solução de caprichos inferiores.
   Os ignorantes do bem chegam a rogar o mal para o próximo.
   Os tristes pedem a solidão com ociosidade.
   Os desesperados suplicam a morte.
   Inúmeros beneficiários do Evangelho imploram isso ou aquilo, com alusão à boa marcha dos negócios que lhes interessam a vida física. Em suma, buscam a fuga. Anelam somente a distância da dificuldade, do trabalho, da luta digna.
   Jesus suporta, paciente, todas as fileiras de candidatos do seu serviço, de sua iluminação, estendendo-lhes mãos benignas, tolerando-lhes as queixas descabidas e as lágrimas inaceitáveis.
   Todavia, quando aceita alguém no discipulado definitivo, algo acontece no íntimo da alma contemplada pelo Senhor.
   Cessam as rogativas ruidosas. Acalmam-se os desejos tumultuários.
   Converte-se a oração em trabalho edificante. O discípulo nada reclama. E o Mestre, respondendo-lhe às orações, modifica-lhe a vontade, todos os dias, alijando-lhe do pensamento os objetivos inferiores.
   O coração unido a Jesus é um servo alegre e silencioso.
   Disse-lhe o Mestre: Levanta-te e segue-me. E ele ergueu-se e seguiu.

Emmanuel


Mensagem extraída do Livro "Caminho, Verdade e Vida", psicografia de Francisco Cândido Xavier